Bartolomeu Gonçalves de Melo, (a.k.a. Bartollomeu Gonsalves de Mello), era casado com Felipa da Silva (a.k.a. Fillippa da Silva), foram os primeiros proprietários da Fazenda de Morro Vermelho, situada no extremo nordeste de Taquaraçu de Minas, bem próximo a divisa atual com Jaboticatubas. De acordo com o livro “Histórias de Jaboticatubas” escrito por Leônidas Marques Afonso, a fazenda era situada nas proximidades da Serra dos Afonsos.
A origem de Bartolomeu e Felipa é incerto, nada se sabe até o momento sobre quando ou onde nasceram. Provavelmente a família foi uma das primeiras a habitar a região de Taquaraçu de Minas, visto que nos primeiros registro de batismo da antiga Capela da Penha de Taquaraçu o casal aparece diversas vezes.
O casal teve ao menos nove filhos, com registros de batismos encontrados nas capelas de Nossa Senhora da Lapa (Ravena) e Nossa Senhora da Penha (Taquaraçu de Minas).
- João Gonçalves de Melo, nascido em 1742 e batizado na Capela da Lapa (Atual Ravena, Sabará) em 22 de maio de 1742. Morreu no ano de 1808, com 66 anos e sepultado na Capela do Ribeirão, Jaboticatubas, em 21 de fevereiro de 1808.
- Maria Gonçalves da Conceição, nascida em 1744 e batizada em 6 de agosto de 1744 na Capela da Lapa, casou-se em data incerta com Manoel Moreira de Almeida e tiveram 3 filhos, Antonio Moreira Amâncio, Manoel Moreira Moço e Maria Moreira do Nascimento. O casal se estabeleceu na fazenda Bomsucesso, em Nova União. Maria faleceu em 16 de janeiro de 1816.
- Anna Gonçalves da Conceição, nascida em 24 de julho de 1746 e batizada em 10 de agosto de 1746 na Capela da Lapa, Sabará. Casou-se com José Ferreira Velho em local e datas incertas, e não tiveram filhos. Faleceu 17 de janeiro de 1809 de acordo com seu testamento.
- José Gonçalves de Melo, nascido em 15 de outubro de 1748 e batizado em 30 de outubro de 1748 na Capela da Penha. Mudou-se de Taquaraçu de Minas para Jaboticatubas e construiu residência no lugar denominado Sapé, no vale do ribeirão Vermelho. Casou com uma senhora, de nome incerto, e teve ao menos dois filhos, Genoveva Gonçalves da Fonseca e Manoel Gonçalves de Melo. Seus filhos tiveram grande descendência em Jaboticatubas.
- Florêncio Gonçalves de Melo, nasceu no dia 14 de março de 1751 e batizado em 5 de abril de 1751 na Capela da Penha. Casou em data incerta, provavelmente anterior a 1780, com Paula Fernandes, pois nesse ano nasceu sua filha Maria.
- Antônio Gonçalves de Melo, nasceu no dia 11 de agosto de 1752 e batizado em 3 de setembro de 1752 na Capela da Penha, nenhuma outra informação foi encontrada no momento.
- Roza Gonçalves da Conceição, nasceu no dia 6 de novembro de 1755 e batizada em 23 de novembro 1755 na Capela da Penha, casada com Francisco Xavier de Souza em data anterior a 1782, data de nascimento de uma das filhas do casal.
- Clara Gonçalves da Conceição, nascida em data incerta, porém provavelmente antes de 1740. Casou-se com Damazo Antônio da Silva em 31 de agosto de 1758 na Capela da Penha.
- Mariana Gonçalves da Conceição, nascida em data incerta, porém provavelmente antes de 1742. Casou-se com Manoel Borges de Araújo em 16 de janeiro de 1760 na Capela da Penha.
Por possuir uma fazenda, Bartolomeu também era dono de escravos, não se sabe o número correto, mas possuía ao menos 6, visto que há registros de batismos relatando:
- JOSÉ – Registro de batismo de Vicente
- JOZEFA – Registro de batismo de Felipa
- FELIPA – Registro de batismo de Felipa
- MARIA – Registro de batismo de Feliciana
- FELICIANA – Registro de batismo de Feliciana
- SEBASTIÃO – Registro de batismo de Sebastião
Há grandes suspeitas sobre o fato de Felipa da Silva ser negra alforriada. O primeiro motivo é seu sobrenome, “Silva”, que era dado a milhares de escravos trazidos para o Brasil. O segundo reforça ainda mais essa possibilidade, no registro de batismo de Maria, filha de Florêncio e Paula, os dois são definidos como “pardos forros”, indicando que possuem origem negra.
Bartolomeu Gonçalves de Melo, é citado no registro de batismo de João, nascido no dia 9 de Junho de 1765, filho natural de Juliana que recebeu os santos óleos na pia batismal da Capela da Lapa 20 dias depois de nascer. João, assim como sua mãe, era escravo do Capitão Manuel Gonçalves de Ramos. Todavia, João, a pedido do seu senhor,foi “alforriado em pia batismal” e teve como padrinho Bartolomeu Gonçalves de Melo. Embora não haja no assento qualquer referência ao pai de João a solicitação do seu proprietário, o Capitão Manuel Gonçalves de Ramos de que o mesmo fosse alforriado no momento do batismo aponta para a possibilidade de Manuel Gonçalves figurar na vida de João não somente como proprietário, mas também como pai.
Em data não confirmada, entre 1765 e 1766, Bartolomeu veio a falecer, visto que Felipa da Silva que havia se tornado viúva, requereu a Portugal neste ano a permissão de administrar os bens e os filhos menores deixados pelo marido.