Joaquim Inácio dos Santos, conhecido carinhosamente como Quincota, nasceu em 13 de julho de 1932 na comunidade de Casa de Telhas, localizada em Jaboticatubas. Seus pais eram Joaquim Inácio Antão e Milita Marques dos Santos. Ele viveu lá com sua família até os oito anos de idade e depois mudou-se para Santa Luzia com seus irmãos para poder estudar. No entanto, as dificuldades financeiras o impediram de concluir seus estudos e, ainda adolescente, ele começou a trabalhar como mascate em Belo Horizonte, vendendo frutas e outros produtos para ajudar a sustentar sua família.
Além disso, Quincota desempenhou diversas outras atividades ao longo de sua vida. Ele trabalhou como auxiliar de padeiro na extinta Padaria Santa Luzia, auxiliar de topógrafo no Frimisa, em alguns restaurantes e ainda serviu à Polícia Militar de Minas Gerais por seis meses.
Quando jovem, Quincota começou a distribuir jornais, tornando-se um Agente dos Diários Associados e trabalhou nisso por incríveis 48 anos consecutivos, sem tirar sequer um mês de férias. Durante esse período, ele se casou com Maria Auta da Piedade e o casal teve seis filhos, embora um tenha falecido no dia do nascimento. Apesar de não ter tido uma educação formal, Quincota ensinou seus filhos a ler e a contar antes mesmo de eles ingressarem na escola.
Enquanto vendia jornais, Quincota distribuía exemplares de dezessete jornais diferentes, vindos dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Ele levava grandes pacotes em sua bicicleta e empurrava-os pelas ladeiras de Santa Luzia. Seus filhos também o ajudavam entregando alguns exemplares e, assim, Quincota deu emprego de entregador a vários rapazes da cidade. Esse serviço durou até o surgimento das assinaturas de jornal, o que atrapalhou sua carreira de jornaleiro e acabou com uma vida inteira de trabalho, deixando-o muito triste.
Após o falecimento de sua esposa, Quincota decidiu voltar para a comunidade de Casa de Telhas, onde nasceu. No entanto, ele achou o lugar muito parado e decidiu fazer algo para movimentar aquela pacata população. Ele pegou algumas folhas de rascunho e começou a escrever algumas piadas e textos, levando-os para Santa Luzia e pedindo às suas filhas e netos, que o ajudassem a montar um folhetim para levar alguma informação para a comunidade.
Inicialmente, o folhetim tinha apenas duas folhas grampeadas e xerocadas e trazia algumas mensagens e informações sobre festas religiosas e um único anúncio, da única mercearia do lugar, a Mercearia do Zé Béthio. O folhetim foi chamado de O CADITEENSE, uma homenagem aos moradores daquela comunidade. Ele fez muito sucesso e foi crescendo com Quincota sempre buscando mais informações para levar ao povo.
Com o tempo, O CADITEENSE se tornou uma verdadeira fonte de informação para a região. Quincota se dedicava inteiramente ao jornal e ia atrás de tudo o que pudesse ser interessante para os moradores de Casa de Telhas e das comunidades vizinhas. Ele cobria eventos, festas, reuniões comunitárias e qualquer outra coisa que pudesse ser relevante para o público do jornal.
Além disso, Quincota também era um grande contador de histórias e piadas. Ele sempre incluía algumas em cada edição do jornal, e elas se tornaram um dos aspectos mais populares do O CADITEENSE. As pessoas esperavam ansiosamente pelas novas piadas de Quincota a cada edição.
Mas o jornal não era apenas sobre diversão. Quincota também usava O CADITEENSE para discutir questões sérias que afetavam a região. Ele escrevia sobre política, meio ambiente, saúde e outros assuntos importantes. Seus artigos muitas vezes faziam as pessoas pensarem e debaterem, o que contribuía para o desenvolvimento da comunidade.
O sucesso do O CADITEENSE foi tão grande que Quincota acabou se tornando uma espécie de celebridade local. As pessoas o reconheciam na rua e o cumprimentavam com carinho. Ele era um símbolo de perseverança, dedicação e amor à comunidade.
Infelizmente, Quincota faleceu em 2015, deixando um legado incrível para Casa de Telhas e para toda a região. Após a morte de Quincota, o jornalzinho também “morreu” com ele, deixando saudades e um legado de dedicação e comprometimento com a informação local. É um testemunho da vida e obra de um homem que dedicou sua vida a levar informação e alegria para as pessoas.
Origem familiar
Ramos familiares detectados:
Paterno: Família Inácio de Araújo [Lima] – Jaboticatubas, Taquaraçu de Minas, Caeté
Materno: Gonçalves dos Santos – Taquaraçu de Minas; Marques – Jaboticatubas, Estarreja (PT)